O clima na Academia de futebol é de total abatimento em todos os setores do clube, devido à saída de Alan Kardec para o rival São Paulo. Kardec tinha contrato até o fim de junho, mas ele será rescindindo oficialmente nas próximas horas.
Após diversas reuniões com os representantes do jogador, o clube não chegou a um acordo, mas esteve muito próximo. O Palmeiras já tinha acertado com o Benfica o valor de 4 milhões de euros e faltava o acerto salarial com o atleta para definir a transação. Por três oportunidades, Alan Kardec reduziu a sua pedida salarial, se enquadrando até dentro da nova filosofia do clube, aceitando um contrato de produtividade, demonstrando assim o seu desejo de continuar no Palmeiras.
O pai de Kardec, até chegou a um acordo salarial com o Palmeiras. Ficou acertado em uma reunião contando com as presenças de José Carlos Brunoro e Omar Feitosa, valor até abaixo do que ganham Valdivia, Wesley e Fernando Prass. Faltava apenas o aval do presidente Paulo Nobre para a negociação ser enfim concretizada.
Porém, quando Paulo Nobre foi informado do acertou firmado vetou o negócio, quis pechinchar, pediu que o valor fosse em torno de R$ 30 mil reais a menos entre salário fixo, variável de produtividade e luvas, essa posição do presidente do Palmeiras foi a gota d’água. O pai de Kardec ficou irritado e avisou que não aceitava a proposta e que a partir deste momento começaria a ouvir ofertas de outros clubes.
Mas não foi apenas isso, Paulo Nobre entendia que era absurdo o que Palmeiras teria que pagar de comissões para os representantes do jogador.
E foi justamente nesse momento que o São Paulo entrou na disputa, na quinta-feira, o Benfica notificou o Palmeiras que recebeu proposta do Tricolor no valor de 4,5 milhões de euros. O presidente Paulo Nobre, que tinha já conseguido um investidor para bancar a contratação de Kardec, consultou então seu parceiro que topou pagar 500 mil euros a mais pelo atacante, assim o Palmeiras igualou a proposta. Na sexta, o Benfica então comunicou o Palmeiras que o clube tinha 72 horas para acertar as bases salariais com Alan Kardec, finalizando assim a operação.
No sábado Paulo Nobre, esteve reunido com o pai de Alan Kardec, que informou ao presidente que o atacante já tinha aceitado a oferta do São Paulo, que não voltaria atrás na sua palavra e nem sequer deu chance do Palmeiras conhecer a proposta salarial do São Paulo para tentar uma manobra superando a proposta do rival.
Aliás, segundo Nobre, o Pai de Alan Kardec teria dito que se o jogador não aceitasse a oferta do Tricolor romperia as relações dele como representante do jogador, colocando ponto final nas negociações com o Palmeiras.
E claro que isso tem uma justificativa, enquanto o Palmeiras contestava as comissões, o São Paulo já teria acertado uma comissão no valor de R$ 2,2 milhões para os representantes do atacante.
Como venceu o prazo que o Benfica estipulou ao Palmeiras e o acerto com Alan Kardec não aconteceu, o contrato de empréstimo dele será rescindido, assim Kardec teoricamente se apresenta ao Benfica que negocia diretamente com o São Paulo, porém, o jogador só poderá jogar pelo Tricolor depois da Copa do Mundo, porque será uma transferência internacional.
O presidente Paulo Nobre, já emprestou 85 milhões de reais ao Palmeiras e o conselho está para aprovar um novo empréstimo de 20 milhões. Isso prova o quanto o clube está quebrado. Cada gestor sabe qual é o seu limite financeiro e o presidente é quem realmente tem conhecimento o quanto pode pagar por um jogador.
O erro da diretoria Palmeirense neste caso foi à lentidão nas negociações, até outro dia o São Paulo não tinha nem presidente, assim não poderia dar esse chapéu, mas da mesma forma que ocorreu, com Gilson Kleina e Leandro, o Palmeiras demorou uma eternidade para resolver a questão, essa negociação com Kardec, se arrasta desde fevereiro e o Palmeiras teve tempo o suficiente para se acertar com o atacante.
No entanto, a frustração por perder Alan Kardec, para o rival, não anula a boa gestão de Paulo Nobre a frente do Palmeiras, um presidente que tem responsabilidade financeira, não joga o dinheiro do Palmeiras pela janela e está organizando o clube.
Se os presidentes anteriores tivessem essa preocupação, o Palmeiras não estaria quebrado financeiramente como está agora. Alan Kardec é um bom jogador, mas também não é um super craque. Recentemente o Palmeiras perdeu Barcos, que também tinha identificação com a torcida e meses depois Kardec, o substituiu e muito bem. É claro que o clube vai encontrar outro atacante para o seu lugar.
Não é o fim do mundo, jogadores vão, o clube fica e o Palmeiras é muito grande para o torcedor ficar com essa bobagem de querer cancelar o plano de sócio torcedor, por causa da saída do Alan Kardec. Até o Evair parou e o Palmeiras não ficou menor por isso.
A base política que apóia a gestão Paulo Nobre no Palmeiras, na sua maioria apóia a decisão do mandatário de ter responsabilidade com as finanças, todos sabem que não são decisões populistas, porém, muitos entendem que nesse momento o Palmeiras precisa muito desse perfil que o Paulo Nobre tem no comando do clube. Apenas desta forma, o Palmeiras no futuro vai ter condição de brigar igualmente com os principais rivais.
O São Paulo foi chamado de antiético pelo Palmeiras e as relações não existem mais, Paulo Nobre nem pensa em sentar na mesma mesa que Carlos Miguel Aidar, para debater qualquer assunto. O que o São Paulo fez foi aproveitar uma oportunidade, fez uma proposta a um jogador de outra equipe, assim como na televisão, por exemplo, um jornalista recebe proposta de outra emissora e acaba optando por mudar de emprego, é algo comum e não vejo nada de errado nisso.
O problema do São Paulo é a cara de pau de mentir publicamente, os dirigentes do Tricolor foram perguntados diversas vezes por vários repórteres e a resposta foi sempre à mesma. “Não estamos negociando com Alan Kardec”, e foi provado que o presidente Carlos Miguel Aidar, foi um grande mentiroso, nesse fato especifico.
E não venham com essa conversinha que isso é normal no mundo do futebol, porque a mentira é algo deplorável em qualquer setor da sociedade. É claro que nenhum jornalista vai acreditar mais em qualquer declaração do presidente do São Paulo em relação a contratações, porque quem falta com a verdade uma vez, vai mentir sempre....