O torcedor brasileiro sempre foi muito imediatista e bipolar em suas opiniões, principalmente quando o assunto é o futebol. Não é de hoje que o craque da quarta-feira, vira a porcaria do fim de semana, tudo muda depois de 90 minutos, e então o jogador que era contestado, passa a ser gênio, mas no próximo jogo ele pode voltar a ser aquele que não serve, caso não repita atuação do jogo anterior.
Mas além desta bipolaridade imbecil, outro aspecto que envolve o torcedor brasileiro é a mania de se procurar um culpado para explicar uma derrota, um fracasso ou um mal desempenho. Em se tratando do futebol isso é cada dia mais inaceitável. É preciso entender que o futebol é um esporte coletivo e não individual. Ninguém vence ou perde uma partida sozinho, se o pensamento de quem assiste é esse, é melhor mudar do futebol para o tênis, que é um esporte individual e permite que uma pessoa decida um jogo.
Quando um time não consegue construir jogadas, não é culpa apenas de um jogador, é de todo o conjunto e não apenas dos meias e dos atacantes. O mesmo acontece quando se sofre um gol, não apenas culpa do zagueiro, mas de todo o time que permitiu que o adversário tivesse essa oportunidade de gol.
É impossível no futebol culpar um jogador para explicar o desempenho ruim de uma equipe.
Mas no Brasil isso acontece com freqüência, o brasileiro não sabe perder e sempre tem a necessidade de encontrar um culpado. Parece que vai se sentir melhor caso eleja um para crucificar, assim como aconteceu com Julio Cesar, Dunga e Felipe Melo após a eliminação para a Holanda na Copa de 2010.
E para a Copa do Mundo de 2014 o Brasil já escolheu quem será o responsável por uma possível derrota no mundial. O eleito é o atacante Neymar, o melhor jogador em atividade no futebol brasileiro, o único que faz algo diferente dentro do campo. Até hoje não consegui entender porque Neymar é tão esculhambado pela torcida brasileira nos jogos da Seleção.
Evidentemente que o Brasil não está jogando bem e consequentemente o futebol do Neymara não aparece, porque tudo faz parte do conjunto. Se taticamente a equipe não vai bem, é praticamente impossível um jogador se destacar e a torcida do Brasil não colabora nenhum um pouco, principalmente pelo clubismo.
Neymar hoje é muito mais criticado porque joga no Santos e sempre faz bons jogos contra São Paulo, Palmeiras, Corinthians , Cruzeiro, Atlético, Flamengo entre outros e isso irrita os rivais do Peixe, que levam o seu sentimento ferido pelo gênio da Vila Belmiro para a Seleção, responsabilizando ele indevidamente por qualquer jogo ruim do Brasil.
É, o grande pecado de Neymar é jogar no Santos e não no Corinthians, São Paulo, Flamengo ou Atlético. No jogo Brasil x Chile, Neymar fez um gol e deu assistência para outro e foi chamado de pipoqueiro, enquanto que Ronaldinho Gaucho, que mal pegou na bola passou ileso as criticas da torcida.
A torcida brasileira está deteriorando o principal jogador da Seleção Brasileira, qual o espírito de um jogador que entra em campo sabendo que não vai poder errar um passe que prontamente já será esculhambado pela sua própria torcida? É um comportamento ridículo!
Mas o fato é que o Brasil já tem um culpado pelo fracasso na Copa do Mundo de 2014 e o nome dele é o Neymar. Espero que o mais rápido possível, Neymar vá jogar no futebol europeu, porque o brasileiro não merece ter o seu futebol por aqui e só vão valorizar ele de verdade no Brasil, quando estiver arrebentando em um grande clube da Europa, ai já será tarde demais.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
quinta-feira, 18 de abril de 2013
O time da Fé chegou!
Fé! Uma palavra com origem no Latim "fides" que significa "confiança", "crença", "credibilidade". A fé é um sentimento de total crença em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa. É uma atitude contrária à dúvida e está intimamente ligada à confiança. Em algumas situações, como problemas emocionais ou físicos, ter fé significa ter esperança de algo vai mudar de forma positiva, para melhor.
Essa palavra resume muito bem o que foi a noite de quarta-feira, na Libertaores. O torcedor do São Paulo transformou o Morumbi em uma verdadeira ‘Catedral da Fé’, com mais de 50 mil apaixonados pelo Tricolor empurrando durante todo o tempo o São Paulo contra o Atlético MG.
E não somente nas arquibancadas, antes da partida um mar de torcedores estava em frente ao portão principal para recepcionar a chegada do time ao estádio. E durante a partida o torcedor sabia que seu papel era fundamental e não deixou a desejar.
Afinal, o São Paulo precisa vencer o melhor time da Libertadores e não seria uma missão fácil. Evidentemente que o Tricolor tecnicamente é inferior ao Galo, mas no futebol nem sempre que tem mais qualidade prevalece, é um conjunto de fatores, a vontade e a questão psicológica são fundamentais.
E durante os 90 minutos a torcida foi o décimo segundo jogador do São Paulo, em cada carrinho, cada bico na bola, cada defesa, cada drible, cada passe, a torcida participou, de todos os lances do jogo e o São Paulo mostrou em campo muita garra e determinação, conseguindo assim superar o Atlético MG em dois lances decisivos.
No primeiro gol, lançamento do Osvaldo, pênalti sofrido por Aloísio que com muita frieza e tranqüilidade, o Mito Rogério Ceni, converteu, se tornando o maior artilheiro do São Paulo na Libertadores, com 14 gols marcados. Já no segundo gol, um lançamento primoroso de Paulo Henrique Ganso, na ponta direita para Osvaldo cruzar, resultando no gol de Ademilson.
O Galo não esteve bem em campo, o Atlético sempre jogou de forma muito compacta e os jogadores estavam muito um longe do outro e a marcação do São Paulo era implacável. Porém, quando o Tricolor roubava a bola, não tinha muita qualidade para construir as jogadas e em muitas oportunidades brigou com a bola, principalmente no primeiro tempo.
Com a vitoria de 2x0 frente o Atlético MG, o São Paulo garantiu a classificação para a próxima fase da Libertadores.
É o time da fé chegou e agora?
Raça, vontade, determinação são importantes, mas não é tudo, da mesma maneira que apenas ter técnica não resolve uma partida. Tudo é um conjunto, evidentemente que com a volta de Jadson, o São Paulo evolui, mas ainda precisa crescer mais tecnicamente.
Assim como o Palmeiras cresceu na Libertadores empurrado pela sua torcida na base da raça, com o São Paulo o cenário é o mesmo. Porém, não é apenas na base da vontade que São Paulo e Palmeiras vão chegar ao título, vão precisar melhorar muito ainda tecnicamente para seguir na competição.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Espanha, futebol bonito e títulos!
Por - Ione Freitas
Da fama de amarelona, a uma seleção temida, e que sabe jogar sobre pressão. Essa é a Espanha.
A Espanha sempre foi um centro de referência quando se fala em futebol, Real Madrid e Barcelona são dois dos times mais vencedores e conhecidos da história do futebol. Seu campeonato, La Liga, é um dos mais visto, e para a FIFA, o melhor campeonato do mundo.
Grandes craques já desfilaram seu futebol pelos gramados espanhóis, Cruyff, Zidane, Di Stefano, Romário, Ronaldo, Rivaldo...
Mas apesar de toda a fama do seu campeonato, quando se falava em seleção, a fama da Espanha era de amarelona. Sempre montava bons times, tinha ótimos jogadores, mas na hora da decisão sempre perdia, bem verdade que já fora prejudicada pela arbitragem em algumas Copas, mas no final foi de 'amarelona' que a Roja ficou conhecida.
Euro 2008, mais uma vez a Espanha chegava como uma das favoritas, mas todos já tinham na ponta da língua o discurso, 'favorita, mas sempre amarela em jogos decisivos'. E assim pouco se esperava daquela seleção. Uma primeira fase brilhante.
Nas quartas-de-final a Espanha enfrentou a Itália. O 0 a 0 nos 90 minutos e na prorrogação, levou o jogo aos penais, e ali nos pés de Fábregas acabou a fama de amarelona da Espanha. Último pênalti, Fábregas então reserva de luxo, e principal jogador do Arsenal, (ING), cobrou como se nem fosse Buffon que estivesse debaixo da trave italiana. Rumo a final, final essa contra a Alemanha, uma das seleções mais fortes, não só pelo elenco, mas pela história vencedora.
A Espanha mostrou que a posse e o toque de bola era seu ponto forte, mesmo enfrentando uma grande seleção e numa final, foi assim que eles provaram que podiam mudar a história. Gol de Torres, 1 a 0, suficiente para mostrar que aquele time estava pronto, pronto para fazer história. A Espanha jogava com seus jogadores se movendo simultaneamente, pressão na saída de bola. Ditava um ritmo de jogo, e enchia os olhos dos torcedores.
Dois anos se passaram, e a Espanha chegava a Copa da África como uma das favoritas, mas agora sem a fama de 'amarelona'. A derrota logo na estreia para a Suíça colocaram em duvida se a Espanha realmente era uma realidade.
Mas nos jogos seguintes mostrou que sim. Mesmo tendo uma posse de bola e criando muitas chances, a Espanha não aplicou goleadas na Copa, mas construiu suas vitórias alá Espanha, posse e muito toque de bola. Assim colocava seus adversários literalmente na roda. Nada de chutão, técnica refinada e jogadas trabalhadas, era a marca espanhola. Uma Copa inédita, para um time que marcou história, provando que pode jogar bonito, e conquistar títulos.
E essa geração não quis parar por ai, fez história mais uma vez ao conquistar novamente a Euro-2012. Feito inédito. Nunca antes uma seleção havia conquistado, Euro, (2008), Copa, (2010), Euro, (2012).
Fala-se que essa Espanha é uma copia da Holanda de 74, que ficou conhecida como a Laranja Mecânica. É fato que foi Cruyff que implantou tal filosofia no Barcelona. Mas é fato também que a Espanha aprimorou, e não só conquistou o mundo pelo futebol bonito, mas também conquistou títulos.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Corinthians tem a frieza de campeão!
Qualidade, obediência tática, comprometimento e muita frieza, esse é o Corinthians 2013, que na noite desta quarta-feira, em Bogotá, venceu o Millonarios em solo colombiano com mais um gol importante do meia, Danilo.
Como já era previsto, no começo da partida o Millonarios adiantou a marcação, dificultando a saída de bola do Corinthians, que errava muitos passes no momento que recuperava a posse de bola e tentava fazer a transição no meio campo.
Normalmente quando um time faz a opção por uma marcação mais a frente, ela dura cerca de 20 minutos, porque exige de uma equipe muita condição física e dificilmente um time consegue jogar dessa forma o tempo todo.
E foi exatamente o que aconteceu, o Corinthians suportou a pressão, não permitindo o gol do time colombiano e após os primeiros 20 minutos, o Millonarios recuou a marcação e o Corinthians não sofreu tanto até o fim do primeiro tempo.
Já no segundo tempo o jogo ficou como o Corinthians gosta, atuando fora de casa o Timão procurava cadenciar o jogo e trocava lentamente passes no meio campo propositadamente, assim quebrava o ritmo forte de velocidade que o Millonarios queria colocar no jogo.
Tite mudou o time, Pato saiu para a entrada de Jorge Henrique e no seu primeiro lance, fez assistência para mais um belo gol de Danilo, sempre decisivo por onde passou. Depois do gol naturalmente a equipe colombiana tentou pressionar de todas as formas o Corinthians que se defendia bem e era perigoso nos contra ataques conseguindo sustentar a vantagem construída no segundo tempo.
E mais uma vez o Corinthians de Tite, mostra que na Libertadores, além da qualidade técnica, o time precisa ter muito comprometimento e obediente taticamente ao sistema implantado pelo treinador e o Corinthians teve isso na Colômbia.
No futebol atual o posicionamento tático influencia muito no rendimento de um time e os jogadores seguiram à risca o planejamento traçado pelo técnico Tite, para o duelo em Bogotá.
Mas o que mais impressiona no Corinthians dessa temporada é a frieza do time dentro de campo, mesmo em momentos de incomodo durante o jogo.
Foi assim no clássico diante do São Paulo no Morumbi, quando sofreu o gol, a equipe não se desesperou e não mudou a maneira de jogar acreditando no seu potencial e isso se repetiu nesta quarta-feira, principalmente no começo do jogo quando o Millonarios pressionou muito a saída de bola corinthiana.
O Corinthians é um time extremamente maduro, não carrega mais o peso de anos anteriores quando jogava a Libertadores devido ao título conquistado em 2012 e com a frieza de campeão, o Timão vai garantindo passaporte a próxima fase da competição intercontinental e ao lado do Atlético MG é o favorito para levar o título da Libertadores.
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