quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O tempo desgasta o amor e o medo da solidão acomoda!

É, a semana está terminando, amanhece mais uma sexta-feira, e com ela toda a expectativa de no fim do dia poder desfrutar da companhia de amigos, namorado ou ficante, para assim comemorar a chegada de mais um fim de semana. Afinal, os termômetros marcam 28 graus em São Paulo, o céu está azul e com esse calor a noite promete muito.

Porém, Monica parece não se entusiasmar muito com os dias de folga que terá pela frente. Pelo contrario, no momento que está lendo os jornais enquanto toma o seu café e percebe que já é sexta-feira, reflete. –Bem que poderiam surgir alguns clientes novos para poder ocupar meu tempo com trabalho, pelo menos neste fim de semana.

Imediatamente segue para a sua empresa, ela é proprietária de uma agência de propaganda e marketing. Depois de horas e horas de muito trabalho, está acabando mais um dia, praticamente todos os seus funcionários já se foram, restando apenas a sua secretária particular que também é dispensada por Monica.

Sozinha e com todas as obrigações da semana cumpridas, por um momento ela deixa a sua mesa de trabalho e caminha até um confortável sofá que existe em sua sala, deita um pouco e começa a refletir sobre sua vida e tudo que está acontecendo nela.

Apesar de profissionalmente ser uma mulher independente e muita segura de suas decisões em relação ao trabalho, no entanto, ela não mostra toda essa confiança quando o assunto é a via afetiva.

Monica já namora há três anos e a maneira de como o seu namorado é apaixonado por ela tem tirado o seu sono. Por ele os dois estariam noivos ou quem sabe até casados já. Ele é o tipo de namorado que toda mulher poderia achar ideal, trabalhador, honesto e faz de tudo para agradar a sua namorada e sempre quando possível aparece com presente surpresa.

Porém, nos últimos seis meses Monica não tem sentido o mesmo entusiasmo do início da relação. Ela se sente fria e muito intranquila por não conseguir neste momento corresponder todo o amor que seu namorado sente por ela.

Em diversos momentos já pensou em conversar para tentar pelo menos dar um tempo neste relacionamento. Mas toda vez que ensaia ter essa conversa não reúne forças o suficiente. Até porque, apesar de não sentir mais aquela paixão do começo de namoro, ela tem muito carinho por ele e não quer vê-lo triste e magoado por conta da sua decisão.

Além deste aspecto, outros fatores preocupam a sua cabeça. Durante esses três anos de namoro, foi criado um vinculo familiar enorme. Ela tem muita afinidade com a família dele e o mesmo acontece do lado inverso. Todas as datas comemorativas, como natal, virada de ano entre outras, as famílias estiveram juntas e uma separação pode resultar no sofrimento de todos.

Refletindo com os olhos fechados no sofá de sua sala, o primeiro pensamento é a obrigação de sair com seu namorado nesta sexta-feira. –Poxa daqui a pouco vou ter que sair com ele, me sinto tão incomodada com essa situação, estou na companhia dele só por estar, parece mais uma obrigação, mas ao mesmo tempo se não for ele pode ficar magoado.

Então Monica, começa a pensar o porquê o seu relacionamento que no início era entusiasmante hoje virou algo a contra gosto.

“No início era muito bom, todo final de semana estávamos em um lugar diferente, conhecendo pessoas novas, ele se interessava por tudo no meu trabalho e eu também pelo dele. Mas já faz tempo que vamos aos mesmos lugares, jantamos nos mesmo restaurantes, vamos aos mesmos motéis, ele não se interessa mais pelo meu trabalho e também não faço muita questão de perguntar do dele. Não tenho mais aquela preocupação de saber como ele está e o principal meu coração não bate mais forte quando nos vemos. Parece que virou uma rotina chata e que faço tudo por obrigação”.

Ainda deitada no sofá Monica abre os olhos, senta e pega o celular. A ligação é para o seu namorado e como nas outras vezes, ele atende com muito carinho e secamente ela diz, “não vamos para a balada que marcamos ontem, precisamos conversar um pouco”, do outro lado da linha demonstrando preocupação ele pergunta se aconteceu alguma coisa e Monica responde que é melhor conversar pessoalmente.

Quando desliga o telefone, Monica está decidida, é o momento de dar pelo menos um tempo nessa relação, vai ser difícil para ele, mas vai entender. Porém, quando começa a arrumar as suas coisas e observa uma foto dos dois juntos na sua mesa ela reflete. “Mas será que essa é a melhor decisão mesmo, vou pedir um tempo e ficar sozinha? Não gosto de ficar só, me sinto tão mal”.

Momentos depois seu namorado chega ao escritório e traz consigo uma caixa de chocolates. Ela abre um sorriso, agradece e ele pergunta o que aconteceu? Então ela começa a relatar a situação que havia pensado minutos antes. Imediatamente ele pergunta se tinha se interessado por outra pessoa e com muita segurança ela responde que não, que precisa de pelo menos um tempo para reavaliar toda a situação.

“Eu sei que é difícil para você, tem sido uma pessoa maravilhosa comigo e com toda a minha família e jamais vou esquecer toda a sua dedicação, mas preciso deste espaço”, então carinhosamente ele segura a mão dela e responde.

“Monica você é uma pessoa muito especial e realmente senti você distante, mas pensei que fosse algo relacionado ao trabalho. Não adianta apenas eu querer, os dois precisam estar na mesma sintonia. Se acredita que é melhor ficarmos um tempo separados, tudo bem e mesmo que você entenda que não é possível voltarmos, vou respeitar a sua decisão”.

A conversa termina com um abraço longo e lagrimas escoam dos rostos neste momento.

Quando chega em casa até a fisionomia de Monica, já tinha mudado, parecia ter tirado um enorme peso das costas.

Enquanto estava na sua cama para ter mais uma noite de sono pensou.

–Poxa fiquei com tanto medo da reação dele fosse algo difícil de suportar, mas foi bem melhor que imaginei. Estou com o coração leve, não deveria ter ficado tanto tempo com medo de expor o que estava sentindo. Nosso relacionamento já estava muito desgastado pelo tempo e pela rotina que nosso namoro se tornou. E seria muita covardia minha ficar com alguém que já não amo mais apenas pela comodidade de ter alguém ou por medo da solidão, não estava sendo justa com ele. Estou bem comigo mesma, sem peso na consciência e o tempo vai mostrar qual a melhor decisão a ser tomada na minha vida, sem pressa e sem nenhum tipo de pressão.

E depois de alguns meses acordando de madrugada e dormindo angustiada. Monica enfim consegue dormir sem nenhum tipo de culpa.



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