Respeito todos os defensores de amor à camisa no futebol. Porém, discordo plenamente que a paixão por um clube pode ficar a frente da questão econômica e profissional que a cada dia está mais aflorada. Antigamente até era possível compreender que um jogador pudesse escolher ficar em um determinado clube ao invés de tentar uma carreira fora do Brasil, porém, hoje é muito raro.
Afinal, os valores oferecidos pelo mercado europeu representa a independência financeira de qualquer atleta, além da possibilidade de mostrar o seu talento para o mundo inteiro. Até porque, atuando apenas no Brasil dificilmente um jogador terá reconhecimento mundial, apenas em casos extraordinários como, por exemplo, o jovem Neymar, titular absoluto da Seleção Brasileira.
O anonimato de alguns bons jogadores que jogam apenas no Brasil é muito culpa dos próprios clubes e do calendário estabelecido no futebol Brasileiro. Os nossos times ficam escondidos dentro do Brasil, não saímos da própria toca e assim são desconhecidos no exterior.
Isso poderia ser corrigido com datas onde as equipes brasileiras excursionariam pelo exterior, fazendo assim uma pré-temporada em outros países, participando de amistosos com equipes da Europa, desta forma, os clubes ficariam um pouco mais conhecidos lá fora e os nossos jogadores também.
Tudo isso é colocado na balança pelo atleta quando ele recebe uma proposta para atuar no exterior, principalmente no mercado europeu. A paixão muitas vezes por um time é deixada de lado e tem que ser mesmo. Atualmente o futebol se transformou em um meio muito profissional, da mesma forma como qualquer outro ramo de atividade, quando uma pessoa recebe uma oferta de emprego melhor simplesmente muda de empresa e no futebol não é diferente.
No entanto, sempre tem o discurso dos apaixonados à moda antiga que condenam o atleta que aceita a primeira oferta que recebe alegando que ele não está valorizando tudo aquilo que a torcida fez por ele.
E novamente discordo muito desse pensamento, o torcedor é quem menos se importa com os jogadores. Torcedor se importa com títulos, quando a fase é boa e os títulos são conquistados tudo é uma maravilha, mas bastou a fase mudar e os resultados não acontecerem para os mesmos torcedores se voltarem contra aquele que idolatrava.
E hoje temos dois exemplos que evidenciam muito isso. O São Paulo investiu pouco mais de 6 milhões de euros para repatriar Luis Fabiano, que chegou recepcionado por uma festa gigantesca no Morumbi com juras de amor simultâneas entre jogador e torcida, mas bastou uma fase ruim do time que Luis Fabiano, foi chamado de pipoqueiro pela própria torcida.
Outro exemplo bem claro vive hoje o meia Paulo Henrique Ganso. Defendendo as cores do Peixe ele conquistou dois campeonatos Paulistas, Copa do Brasil, Libertadores e o vice-campeonato mundial.
Nesse período de conquistas era considerado o maestro da Vila Belmiro, idolatrado pela torcida, mas bastou passar por algumas lesões e o seu rendimento cair para Ganso, ver tudo que lhe era favorável virar contra si.
É o torcedor apagou da memória tudo aquilo que ele já fez pelo clube. A principal crítica contra Ganso, é porque está recebendo propostas de outros clubes. E o que tem de errado nisso, o futebol é profissional e cada um tem que priorizar o que é melhor para a sua carreira.
Por esses aspectos penso que o jogador quando recebe uma grande oferta não pode pensar duas vezes, tem que ir embora mesmo. Porque o torcedor nunca vai reconhecer o que ele já fez pelo clube quando passar por um momento ruim e toda a história de conquistas que já teve será jogada na lata do lixo.
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