Adriano: vem ou não vem?

Por - Viviane Mariano

Ao final de aproximadamente duas horas de bate-papo com a presidente Patrícia Amorim na Casa do Saber, ela não escapou da pergunta que todos queriam fazer. Ela chegou ao local solicitando, em tom de brincadeira e apelo, que as perguntas sobre o Adriano fossem feitas só no final da conferência. Logo, a hora havia chegado.

Cabe destacar, que quando questionada sobre a Taça de Bolinhas, declarou: “O meu silêncio é a minha resposta. Essa foi uma das grandes lições que aprendi como Presidente do Clube. Não alimentar o concorrente com informações vitais. Um exercício que faço dentro da minha própria casa. Porque tenho filhos e qualquer coisa pode parar no Orkut ou no Twitter”, afirmou.

Logo, um torcedor apaixonado poderia supor... Ele vem, isso é estratégia dela... Mas, a história foi outra. Patrícia Amorim foi categórica: “Ele está pronto para jogar? Ele se encaixaria hoje no time? Ele está pronto para entrar em campo? Ela perguntou e respondeu: “Não! Então não tenho por quê contratá-lo agora. Adriano precisa antes de qualquer coisa, querer voltar a ser o Adriano. Ele precisa querer. Ele precisa fazer isso por ele, acima de tudo.”

Então presidente Patrícia, ele não vem? Outra resposta determinada: “Não. Falem o que quiser, concordem ou não, mas o técnico atual está fazendo um excelente trabalho. O clima é outro. A história é outra. Um exemplo disso é o Willians. Lembro dele ano passado, cabisbaixo, triste, hoje é outro jogador. Alegre, brincalhão...me viu em Fortaleza e me deu um abraço tão forte, quase uma gravata. Estava feliz. Dá gosto de ver. Agora, como eu posso trazer um jogador, mexer com a estrutura do time, e ameaçar essa realidade?”, indagou.

Mas, Patrícia, e “se” ele viesse, você não o trataria de outro jeito? Com mais rigor? Ela afirmou: “Se? Se não existe. Não trabalho com o “se”. O que eu não posso é trazer um jogador que vai abalar a realidade do time hoje. E os novos jogadores? E os que estão disputando aquela posição? Como eles ficam? E o trabalho que estamos fazendo com eles? Não podemos arriscar.”

E a preocupação de um outro time do Rio, ou fora dele, de contratá-lo. Isso não conta? Resposta: “É um risco. Mas, nesse momento, ele não está nos planos do Flamengo. Estamos na final do Campeonato Estadual. Imagine se a essa altura podemos causar qualquer tipo de situação que nos tire o foco dessa conquista?, e completou, “Eu gosto muito dele. Adriano é um doce de pessoa. Sou encantada por ele. Mas, ele precisa cuidar dele. Minha prioridade é o Flamengo. É no Flamengo que penso. O Flamengo está acima de tudo. O Flamengo sim é prioridade”, declarou Patrícia Amorim.

A presidente, esta semana, ficou frente a frente com um dos homens mais poderosos do mundo, o presidente dos EUA, Barack Obama, e diante de tantas dificuldades impostas, conseguiu entregar a camisa do Flamengo para ele (foi dela a ideia de ir com a camisa vestida para ser entregue em mãos): “Eu tinha que fazer isso. O que eu iria dizer para a minha torcida? Mas quando me vi sozinha no campo do Flamengo, devido as medidas de segurança, eu ali sozinha naquele gramado esperando o presidente sair do carro, pensei: “Meu Deus, quem sou eu para estar aqui, diante do presidente dos Estados Unidos?”, questionou.

A resposta, naquele momento, o mundo todo soube responder: Patrícia Amorim é a presidente do Clube de Regatas do Flamengo.

vmariano@beladabola.com.br