terça-feira, 15 de março de 2011
Deputada Estadual apresenta projeto de lei que estabelece cota para mulheres no esporte
Por - Viviane Mariano
Foi aprovado no dia 3/3, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio, em segunda discussão, o projeto de lei 912/07, que estabelece cota de, no mínimo, 30% para as atletas mulheres nos programas de incentivo ao esporte, mantidos ou financiados pelo governo do Estado.
Segundo a autora, deputada Inês Pandeló (PT), o projeto tem o objetivo não só de incentivar a prática esportiva como também fazer com as mulheres tenham mais espaço e mais visibilidade nesse universo.
A parlamentar acredita que na área esportiva, principalmente no futebol feminino, ainda há muito preconceito. "O futebol feminino tem grande potencial no Brasil, mas está inerte pela falta de apoio. Somos o país do futebol e nada mais justo que as mulheres tenham o seu espaço" disse Inês Pandeló, e lembrou de grandes atletas que, muitas vezes, são obrigadas a jogar fora do país, porque o esporte não é valorizado aqui.
O projeto seguiu para sanção do governador Sérgio Cabral que tem 15 dias para sancionar ou vetar o projeto. A questão é: as mulheres realmente precisam de cotas para conquistar espaço no esporte? Desde quando?
Da Revolução Francesa e Americana à Revolução Industrial, da abolição da escravatura à ampliação dos direitos dos/as cidadãos/cidadãs, as mulheres foram força e presença em todos os processos revolucionários que mudaram as relações entre os homens e entre os gêneros. Por que não seriam no esporte?
Será que 30% de cotas é o suficiente para dar maior visibilidade para as mulheres? Por que não 50%? Durante séculos fomos impedidas de exercer o poder, de dirigir nossos destinos, de ter vez e voz. Hoje, presidimos um país. Presidimos clubes defutebol. Ganhamos títulos de melhor jogadora de futebol do mundo. Insisto: Cota para quê? Precisamos de patrocínio. Incentivo. Oportunidades. Escolinhas. Estádios.
No final de 1959, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) proibiu a prática do futebol entre as mulheres, por considerar a modalidade por demais violenta. Isso foi “outro dia”.O processo de evolução do futebol feminino ainda engatinha.
Apesar de tantas conquistas e de tantas estrelas, o investimento é pouco. As oportunidades reduzidas fruto de anos de opressão e preconceito. Mas, cota para o esporte feminino. Cota para incentivo. Cota ou Migalhas de oportunidades. Precisamos disso?
vmariano@beladabola.com.br
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Que bacana Biga!
ResponderExcluirA discussão é boa! Espero que seus leitores possam refletir tb sobre o assunto!
Bjs, Vivi.
@vivi_mariano
@beladabola
Concordo plenamente com você, Vivi.
ResponderExcluirEm muitas modalidades, há mulheres se destacando e muito, como no caso de Fabiana Murer, Maurren Maggi, Juliana e Larissa, Natália Falavigna e tantas outras.
A questão não está nas cotas e sim, na valorização do esporte como um todo no país.
Parabéns pelo post.
www.primeiroset.blogspot.com